Ruptura de Tirante e Fuga de Material na RJ142

Imagine dirigir por uma rodovia e, de repente, perceber que o asfalto à sua frente está cheio de trincas e remendos, como se estivesse constantemente sendo consertado, mas nunca de fato resolvido. Esse era exatamente o cenário encontrado no km 13,8 de uma estrada sob inspeção técnica.

O problema? Um abatimento progressivo do pavimento, que escondia um risco muito maior: a possível falha estrutural de uma cortina atirantada, uma espécie de parede de contenção usada para estabilizar encostas e garantir a segurança da via.

Os Primeiros Sinais de Perigo no KM14 da RJ142

A análise detalhada revelou que a situação não era recente. Imagens do Google Street View, registradas entre 2011 e 2018, mostravam que, ao longo dos anos, o trecho havia passado por várias intervenções, mas sem solucionar a raiz do problema. O pavimento mostrava uma trinca semicircular, um forte indício de que o solo por trás da cortina estava cedendo.

Durante uma inspeção presencial, os engenheiros descobriram sinais ainda mais alarmantes:

  • Fuga de materiais nas juntas da cortina, sugerindo infiltração de água no solo.
  • Dois tirantes rompidos, enfraquecendo a estrutura de contenção.
  • Assoreamento de uma boca-de-lobo próxima, o que indicava possíveis falhas no sistema de drenagem da rodovia.

Esses elementos apontavam para um risco iminente: caso a estrutura falhasse completamente, a estrada poderia sofrer um deslizamento, trazendo transtornos para motoristas e, o mais grave, colocando vidas em perigo.

A Solução Técnica

Diante desse cenário crítico, foi elaborado um plano de ação para reforçar a estrutura e evitar um possível colapso. As soluções propostas incluíram:

Reforço estrutural: Construção de duas vigas de concreto armado para dar mais suporte à cortina atirantada.
Substituição dos tirantes rompidos: Perfurações em posições intercaladas para garantir maior estabilidade.
Melhoria do sistema de drenagem: Limpeza, desassoreamento e identificação de rachaduras para evitar a infiltração de água.
Injeção de nata de cimento: Proteção das áreas onde foi observada fuga de material, evitando novas erosões.

Essas medidas permitiriam restaurar a capacidade de contenção da estrutura e garantir a segurança da rodovia a longo prazo.

O que foi mais importante nesse projeto?

Esse projeto mostra como problemas aparentemente simples podem esconder riscos estruturais mais graves. A falta de um sistema de drenagem eficiente e o desgaste natural da estrutura fizeram com que pequenas fissuras evoluíssem para um risco de colapso.

Para evitar situações semelhantes, algumas lições importantes se destacam:

  • Monitoramento constante: O uso de imagens históricas ajudou a entender a evolução do problema ao longo dos anos.
  • Drenagem é essencial: Sistemas mal planejados podem comprometer toda a estrutura.
  • Reparos superficiais não resolvem problemas estruturais: É preciso identificar e tratar a raiz da questão para evitar desperdício de recursos com soluções temporárias.

O case do km 13,8 é um exemplo claro de como nossa expertise e a conhecimento de infraestrutura permitiu que trabalhemos no planejamento, monitoramento e ações eficazes para garantir a segurança e a durabilidade do KM14 da RJ142. O desafio foi grande, mas, com a abordagem correta, a estrada pode ser recuperada sem comprometer sua funcionalidade e, mais importante, sem colocar vidas em risco.

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